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Alimentação a pessoa com estomia

À pessoa com estomia é importante considerar a necessidade de adequar sua alimentação, observando a influência de seus hábitos alimentares na regulação das características e da frequência das eliminações intestinais. Assim, saberá identificar os alimentos que o organismo não tolera, restringindo aqueles que potencializam gases e odores, o que lhe causa desconforto quando não são feitas essas restrições. (DALLA BARBA; 2017).

As orientações relacionadas à alimentação das pessoas com estomias intestinais devem se iniciar no pós-operatório. Os alimentos devem ser inseridos na dieta gradualmente, observando seus efeitos sobre o funcionamento intestinal. (BORGES; RIBEIRO, 2015; CESARETTI et al., 2015). 

A pessoa com estomia deve observar a sintomatologia presente e, assim, procurar minimizar as intercorrências, como flatulência excessiva, constipação e diarreia. Para que essas intercorrências sejam diminuídas ou evitadas, algumas recomendações são importantes, tais como:

Fracionar as refeições

Mastigar bem os alimentos;

Evitar bebidas gaseificadas

Diminuir o volume das refeições ao anoitecer.

Também se recomenda a adoção das seguintes práticas alimentares: consumir vegetais cozidos e não folhosos; alimentar-se em ambiente calmo e tranquilo; ingerir, em média, dois litros de líquidos por dia; evitar alimentos gordurosos, condimentos industrializados e produtos embutidos. (BORGES; RIBEIRO, 2015;  MORAIS, 2013).

O tratamento dietoterápico tem como objetivo manter ou recuperar o estado nutricional, repor líquidos e nutrientes perdidos. Também contribui para que o efluente tenha pouco volume, seja pastoso, sem odor desagradável ou excesso de gás. (BORGES, RIBEIRO, 2015).

Nos pacientes com ileostomia, a absorção de vitamina B12, ferro, magnésio, gordura e ácido fólico é pobre. Além disso, há perda de água e sódio na eliminação dos efluentes. Portanto, esses pacientes devem ser monitorados quanto à necessidade de reposição dessas perdas, fazendo uso de suplementos conforme necessário. (SCHREIBER, 2016).

Pacientes com ileostomia

Em síntese, é importante que a pessoa com estomia intestinal seja informada sobre os alimentos que podem provocar constipação, serem laxativos, bem como sobre os que diminuem ou intensificam o mau cheiro das fezes ou produzem gases. Alguns desses alimentos são apresentados no Quadro 1. (BORGES; RIBEIRO, 2015; MORAIS, 2013).

Quadro 1: Alguns alimentos e seus efeitos no intestino e nas fezes.

Alimentos que podem provocar
Exemplos
Constipação
Ricota fresca, queijo branco, batata inglesa, mandioca, cenoura, maisena, sagu, maçã (cozida, raspada, assada, purê), banana-maçã, banana-prata, limão e todas as frutas cozidas sem casca e com pouco açúcar, gelatina, arroz branco, chuchu, abobrinha, abóbora, berinjela sem casca, macarrão.
Efeito laxativo
Frutas cruas em geral e bagaço de frutas, feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, nozes, castanha, avelã, coco, amendoim, cevada, aveia, centeio, farelo de trigo, produtos integrais, verduras cruas ou cozidas em geral (couve, pimentão, couve-flor, pepino, tomate, etc.), queijos gordos e maturados (parmesão, roquefort, etc.), embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mortadela) chantilly, creme de leite, coalhada, iogurte. Deve-se evitar também frituras, alimentos gordurosos, picantes (mostarda, pimenta, páprica) e doces com muito açúcar.
Gases no organismo
Frutos do mar em geral, leguminosas (ervilha, lentilha, grão de bico), repolho, brócolis, couve-flor, cebola, pimentão, pepino, ovos, queijos muito maturados (parmesão, gorgonzola, etc.), açúcar branco ou mascavo e doces com muito açúcar, bebidas gasosas , chocolates e bolos.
Diminuição dos odores nas fezes
Maçã (sob qualquer forma), iogurte ou coalhada integrais e sem soro, chá concentrado de salsinha ou salsão, frutas perfumadas sem casca e bem maduras como pêssego, pera e morango.
Intensificação do mau cheiro das fezes
Peixes em geral (liberam cheiro amoniacal), frutos do mar em geral, carnes em conserva ou muito temperadas e defumadas, ovos cozidos, repolho, brócolis, milho, couve-flor, cebola e alho cru.

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Morais (2013).

Pacientes com estomia urinária devem ser orientados a ingerir em média de 2,5 a 3,0 litros de água por dia, pois a ingestão abundante de água é a melhor maneira de evitar infecção urinária. Além disso, deve-se levar em consideração alimentos que mantenham a urina em estado ácido, prevenindo a formação de cristais urinários decorrentes da alcalinização da urina. (MORAIS, 2013).

Em síntese, é importante que a pessoa com estomia urinária seja informada sobre alimentos que ajudam a acidificar ou a alcalinizar a urina, bem como sobre alimentos ricos em potássio, que alteram a cor ou que aumentam ou diminuem o odor na urina. Alguns desses alimentos são apresentados no Quadro 2.

Quadro 2: Alguns alimentos e seus efeitos na urina.

Alimentos que podem
Exemplos
Manter a urina ácida
Carnes, pães e cereais, queijo, milho, mirtillo, ovos, macarrão, nozes, arroz, massa, ameixa, ameixa seca, peixe e frango.
Manter a urina alcalina
Sucos de frutas vermelhas, vitamina C, suco de tomate, frutas cítricas.
Ricos em Potássio
Banana, pêssego, batata, melão, lentilha, couve flor.
Alterar a cor da urina
Beterraba, cenoura.
Aumentar odor na urina
Pescados, ovos, couve flor, brócolis, cebola, repolho, couve aspargo.
Combater os odores da urina
Soro de leite, salsa, iogurte.

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Morais (2013).

Orientações

Quadro 2
Quadro 3
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