Orientações
Complicações nas estomias e região da pele peristomia
Apesar de a confecção da estomia ser considerada um procedimento cirúrgico simples, as complicações que surgem geralmente podem ser evitadas com uma adequada demarcação prévia do local e com técnica cirúrgica apropriada. O planejamento de cuidados específicos no período perioperatório dessas cirurgias são importantes, uma vez que interferem no processo de reabilitação do paciente. (PAULA; CESARETTI, 2014a; SCHMIDT; HANATE, 2015).
A orientação das pessoas com estomia e de seus cuidadores é de responsabilidade da enfermagem e pode influenciar diretamente as ações de cuidado e autocuidado. Desse modo, a assistência de enfermagem especializada tem contribuído para a redução das complicações na pele periestomia. (SCHREIBER, 2016).
Nesse contexto, é importante destacar a orientação em relação à dieta, à promoção da ingesta hídrica e à identificação de sinais e sintomas que indicam obstrução intestinal, tais como náuseas, vômitos e distensão abdominal. (KAYO et al., 2015).
Algumas complicações são imediatas, surgem nas primeiras 24 horas do pós-operatório, por exemplo: necrose de alça, hemorragia e edema. Outras são classificadas como precoces, ocorrendo entre o primeiro e o sétimo dia do pós-operatório, dentre as quais se destacam: o descolamento mucocutâneo, a fístula e a retração da estomia. As complicações tardias, por sua vez, se manifestam após a alta hospitalar ou até meses depois da cirurgia, por exemplo: hérnias paraestomais, prolapso de alça, retração da estomia, estenose, lesões pseudoverrucosas e dermatite periestomia. (PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015).
Além disso, algumas complicações são específicas das ileostomias, tais como: déficit de nutrientes (vitamina B12, magnésio e potássio), diarreia e dermatite. (KAYO et al., 2015). A seguir são descritas as complicações imediatas, mediatas e tardias.
Estenose
A estenose é uma complicação caracterizada pelo estreitamento da luz da estomia e ocorre no pós-operatório tardio, geralmente a partir do terceiro mês. Inicialmente, observa-se eliminação do conteúdo intestinal de formato afilado, dificuldade crescente nas eliminações, podendo evoluir para quadro de suboclusão. Essa complicação tem como fatores predisponentes a técnica cirúrgica inadequada, a retração precoce da estomia, os processos inflamatórios e o ganho excessivo de peso. (BORGES; RIBEIRO, 2015).
Nas estomias urinárias, a estenose se manifesta pela eliminação da urina em filete e com resíduo. Também podem ocorrer diminuição do volume urinário e dor na região lombar. (PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015; VIEIRA, 2014).
Os fatores de risco para a ocorrência de estenose são: necrose da estomia, formação de tecido cicatricial irregular no nível da pele ou da fáscia, descolamento mucocutâneo, construção cirúrgica inadequada da estomia, irradiação do segmento intestinal entre outros. (PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015; VIEIRA, 2014).
A estenose demanda dilatação da estomia, digital ou instrumental e uso de equipamento coletor com placa convexa. Pode ser necessário o tratamento cirúrgico, com cirurgia plástica restrita à pele, ou laparotomia, quando há comprometimento da fáscia. (BORGES; RIBEIRO, 2015).
Estenose da estomia
Fonte: Arquivo pessoal do autor (2013).