Orientações
Complicações nas estomias e região da pele peristomia
Complicações
Hérnia paraestomal
A hérnia paraestomal ocorre pela protrusão de vísceras abdominais, através da abertura para a exteriorização da estomia, formando uma proeminência na região paraestomal. É uma complicação relacionada a vários fatores. Dentre eles destacam-se: localização da estomia em incisão operatória anterior; localização da estomia fora da bainha do músculo reto abdominal; falha na fixação do mesentério da alça na parede lateral do abdome; fragilidade da musculatura abdominal causada pelo sedentarismo ou pelo envelhecimento, obesidade ou caquexia; pressão intra-abdominal excessiva (causada pela tosse, choro, gestação, etc.) e uso prolongado de corticosteroides. (BORGES; RIBEIRO, 2015; PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015).
Hérnia paraestomal
Fonte: Arquivo pessoal do Enfermeiro ET Aldirio dos Santos Medeiros (2013).
Fonte: Arquivo pessoal da Enfermeira ET Sandra Marina da Silva Rosado Furtado (2016).
Nesses casos, a aderência do equipamento coletor fica prejudicada. Principalmente, em razão do vazamento dos efluentes e da dermatite na pele periestomia. Quando a hérnia está associada à fragilidade muscular de menor intensidade, os pacientes podem utilizar cinto elástico ou cinta abdominal e equipamento coletor com barreira flexível. (BURCH, 2014b; PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015; SCHMIDT; HANATE, 2015).
Hérnia paraestomal ANTES da aplicação da cinta abdominal
Fonte: Arquivo pessoal da Enfermeira ET Sandra Marina da Silva Rosado Furtado (2016).
Hérnia paraestomal APÓS da aplicação da cinta abdominal
Fonte: Arquivo pessoal da Enfermeira ET Sandra Marina da Silva Rosado Furtado (2016).
Caso o tratamento cirúrgico seja indicado para a correção da hérnia, o cirurgião deve priorizar a mudança do sítio da estomia e a correção da fraqueza abdominal. (BORGES; RIBEIRO, 2015).
Apesar de a confecção da estomia ser considerada um procedimento cirúrgico simples, as complicações que surgem geralmente podem ser evitadas com uma adequada demarcação prévia do local e com técnica cirúrgica apropriada. O planejamento de cuidados específicos no período perioperatório dessas cirurgias são importantes, uma vez que interferem no processo de reabilitação do paciente. (PAULA; CESARETTI, 2014a; SCHMIDT; HANATE, 2015).
A orientação das pessoas com estomia e de seus cuidadores é de responsabilidade da enfermagem e pode influenciar diretamente as ações de cuidado e autocuidado. Desse modo, a assistência de enfermagem especializada tem contribuído para a redução das complicações na pele periestomia. (SCHREIBER, 2016).
Nesse contexto, é importante destacar a orientação em relação à dieta, à promoção da ingesta hídrica e à identificação de sinais e sintomas que indicam obstrução intestinal, tais como náuseas, vômitos e distensão abdominal. (KAYO et al., 2015).
Algumas complicações são imediatas, surgem nas primeiras 24 horas do pós-operatório, por exemplo: necrose de alça, hemorragia e edema. Outras são classificadas como precoces, ocorrendo entre o primeiro e o sétimo dia do pós-operatório, dentre as quais se destacam: o descolamento mucocutâneo, a fístula e a retração da estomia. As complicações tardias, por sua vez, se manifestam após a alta hospitalar ou até meses depois da cirurgia, por exemplo: hérnias paraestomais, prolapso de alça, retração da estomia, estenose, lesões pseudoverrucosas e dermatite periestomia. (PAULA; CESARETTI, 2014b; PAULA; MATOS, 2015).
Além disso, algumas complicações são específicas das ileostomias, tais como: déficit de nutrientes (vitamina B12, magnésio e potássio), diarreia e dermatite. (KAYO et al., 2015). A seguir são descritas as complicações imediatas, mediatas e tardias.